Aplicativo auxilia no autocuidado de pacientes com imunodeficiências primárias
O sistema imunológico é responsável pela defesa do organismo. Porém, algumas pessoas nascem com modificações em certos genes, o que altera a produção ou o funcionamento das células, e as deixa suscetíveis a infecções de repetição, por exemplo. Essas modificações fazem parte de um grupo de doenças chamadas de imunodeficiências primárias (IDPs).
Para auxiliar no autocuidado de pacientes com as enfermidades, o Hospital Pequeno Príncipe – que faz parte do Complexo Pequeno Príncipe, bem como o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e a Faculdades Pequeno Príncipe – lançou o primeiro aplicativo da América Latina voltado a pacientes que fazem uso de imunoglobina como tratamento para as IDPs. Ele foi batizado de Imuno app.
Um excelente aliado
O tratamento para as imunodeficiências primárias varia de acordo com o tipo e a gravidade da doença. Cerca de 50% dos pacientes teriam de fazer infusão periódica de imunoglobulina, que oferece anticorpos e protege de muitas infecções. E é para eles que o aplicativo é um excelente aliado, pois permite que quem tem uma IDP faça o registro do seu histórico desde o diagnóstico até a idade adulta, por meio de anotações de dados clínicos, controle de exames laboratoriais e das aplicações de imunoglobulina.
A plataforma, exclusiva e inovadora, foi desenvolvida pelo Pequeno Príncipe, em parceria com o curso de Informática Biomédica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com a Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg, da Alemanha. Inicialmente, ele está disponível para os meninos e meninas em tratamento no Hospital Pequeno Príncipe e até o final do ano deve estar disponível, de forma gratuita, para pacientes de todo o Brasil.
Incidência
Estima-se que, no Brasil, 170 mil pessoas tenham IDPs. No mundo, são mais de seis milhões de pessoas afetadas por esse grupo de doenças. Na Argentina e nos Estados Unidos, assim como em diversos países da Europa, quem necessita aplicar imunoglobulina periodicamente o faz em casa. “Isso é uma tendência mundial e o paciente ter seu histórico, com fácil acesso pelo celular, pode ajudar bastante”, afirma a médica imunologista e coordenadora da iniciativa, Carolina Prando, que também coordena a pesquisa para diagnóstico precoce de imunodeficiências primárias dentro do projeto 150 Mil Chances de Vida.